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Mostrando postagens de julho, 2020

Dia Internacional do Bordado!

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  Hoje é dia Internacional do Bordado! Trouxe para nós assim, uma união linda e necessária, do bordado com a poesia! É um projeto de 2010 que foi desenvolvido em Contagem, Minas Gerais. O projeto chama-se "Bordando Poesia". 18 Bordadeiras se uniram e desenvolveram livros com poemas próprios bordados à mão. Vejam a seguir a foto de um desses feitos:  Foto retirada de  E essa data surgiu em 2011, quando, segundo as meninas do Clube do Bordado, na Academia de Bordado de  Täcklebo, na Suécia se uniram "(...)  artistas, educadores, curiosos e historiadores afim de promover o bordado como expressão artística e conscientizar sobre a tradição da técnica. A criação desse grupo surgiu com o propósito de criar uma comunidade para fortalecer laços de quem trabalha com bordado.". Lindo né? Fizeram até um manifesto, que pode ser lido em inglês nesse link  :  https://tacklebony.files.wordpress.com/2012/06/embroidery_manifesto_-english.pdf  e fala sobre o bordado como ferramenta im

“Eu vejo Deus no fio da água que brota na terra.” (D. Maria)

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Na coluna "nossa geografia humanista" de hoje, apresento um trabalho que vem dos primórdios da nossa trajetória em grupo de geografia humanista, dos primeiros passos desse caminho que nos faz caminhantes ainda hoje... "Representações da seca no imaginário dos sujeitos rurais da Inhaúma-MG"   é a tese de doutorado da professora doutora Virgínia de Lima Palhares , apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFMG em 2010.  Virgínia segue o rastro da seca no olhar e na fala do povo de Inhaúma-MG, descobrindo gentes e paisagens no processo. Fotografias de Virgínia Palhares (2010, p. 151) Confira abaixo um trecho desse trabalho fundamental! Representar o universo simbólico dos sujeitos rurais da Inhaúma por meio da imagem foi uma experiência fascinante. Durante a pesquisa em campo, nosso olhar foi direcionado diversas vezes para atender ao olhar de nossos guias. Embora não tenham sido eles próprios os autores das fotografias, elas foram reg

[TRAVESSIA] Alice

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ALICE Ouço dizer que o belo é subjetivo, e não discordo. A beleza é o mundo que nos invade, e tomando forma, passa a ser sentida na carne de nosso corpo.  Quando me falta os passos me desespero. Me resta lembrar-pensar por onde andei,  e lembrando pensando andado,  reafirmo o desejo de meu corpo agora empoeirado. Maldito o corpo que se nega a travessia. Mesmo que amemos os lugares,  é da beleza da vida entender seus limites. Se falo da rosa, Alice,  roseira espinhosa que se enrama entre dois ou três buracos abertos, para depois desabrochar e gerar mudas. Alice não para, enquanto o mundo às vezes é parado demais. Beleza incondicional, sorrateiro sorriso que faz desmanchar os olhos. Com Alice aprendi a ser mais mundo, e ser o mundo que aqui dentro está. Enquanto os jardins se elevam, Babilônia incompreendida, Alice escapa por onde o muro faz frestas. Corpocontinente! Fotografia: Acervo de Alice no Facebook

O Rio sou eu?

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Na coluna "nossa geografia humanista" de hoje, apresento o trabalho de conclusão de curso da nossa borboleta, a geógrafa  Vanessa Dias de Araújo, denominado  "O Rio sou eu?" , apresentado  ao  Departamento de Geografia da UFMG em 2017. Esse trabalho apresenta um intenso processo de transformação, da cidade que come seus rios e os enterra, da mulher-borboleta que se avoa em outras poéticas, do saber que se faz corpo. O Rio sou eu? - questão movente de uma pesquisa-árvore. Fonte: ARAUJO, 2017. Acompanhe aqui um trecho, bem inicial, desse trabalho. O estudo que se segue é o porvir de dois incômodos: um de natureza visível e o outro de ordem abstrata. Falo de dois âmbitos da experimentação do mundo: o da matéria e o da imaginação. Essas duas feições, no entanto, se compõem, afinal o devaneio emana do real. Quanto à matéria: água, águas fugazes – rio; quanto à imaginação: simbolismo, poética da liquidez. Esses incômodos acometeram-me em função de uma im

Lourence e a cozinha de santo

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Nos banhamos de uma aula muito potente com a professora e doutora Lourence Cristine Alves nesta última quinta-feira. Sua fala nos deu coragem. O tema foi sua pesquisa de tese "Onje: saberes e práticas da cozinha de santo".  Lourence fez da sua metodologia seus próprios passos na tese de forma natural. Simplesmente o que buscamos e estudamos com a fenomenologia. Nos mostrou muito respeito no processo humano com que conduziu o trabalho e além disso nos trouxe um novo universo de fontes e pensares. Fontes negras e pensares negros. Como elucidou a professora: "A alimentação sempre se mostrou como um diálogo entre as culturas, a fragmentação desse diálogo é feita por brancos". Sua  aula nos fez expandir em diversos raios através de uma perspectiva ancestral que vem de África. Foi um grande prazer recebê-la! Axé! Sua tese esta em caminho de se tornar livro e por isso ainda não será divulgada aqui. Siga a professora Lourence no Instagram! @lo_nacozinha

Deixar fluir e estar atenta deixar fluir e estar atenta....

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Quando a gente para de tentar controlar, o mundo nos ensina. E assim sigo com um pé de rosa com folhas. Vejamos... Era uma tarde de poda de roseiras (e eis aqui o primeiro ponto do mistério – as roseiras precisam ser podadas podadinhas todo o ano, para que deem flores. Dizem até que quando nasce uma rosa é bom que seja retirada para que a roseira continue florindo forte...vou buscar mais fontes sobre...) Mas continuemos, podas. Podadas sem dó. Machadadas nas que tinham galhos muito grossos. Coração até palpita, mas o que sabemos sobre a relação do machado com os galhos? Só da parte que lesa, retira, desmata. Mas pode ser muito mais. O mundo é mais e nossa sabedoria citadina é pouca. Mas machados, cortes, podas... E galhos sendo descartados. Galhos verdes. Galhos com folhas. E eu já havia aprendido algo – os brotos nascem nesses sulcos que ficam quando retiramos as folhas (eis aqui outro mistério, para que a muda se dê, há que se plantar o galho pelado. Mas como então ela se

[TRAVESSIA] Um caminhante e um poeta - Princípio

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PRINCÍPIO   Nas águas claras de uma quarta feira de outono, o sol forte, meu corpo invadido por um calor intensificado pela subida. Estava quente, e a estrada nem sempre continha em sua volta arvores grandes para sombrear o caminho. paramos em frente a um riacho. rolava sereno, da cabeceira até desaguar no Riachinho. Entrei, e largando para trás meu cantil, com água urbana metalizada, enchi uma boa caneca numa bica que se formava entre as rochas, e bebi. Era gelada, fresca. Não havia calor. Havia liberdade. A água também corria por meu corpo e enquanto descia, contava histórias da profundidade daquela serra. Do telúrico e do substancial. No Espinhaço, a água é a potencia que desperta a imaginação. Recobra pra si todos os sonhos daquela terra. Cobre toda a extensão, e habita grandes drenagens que alimentam toda a gerais. A água atravessa meu corpo. A água compreende o verdadeiro sentido de atravessar. Transita, da nascente a foz, para desaguar e continuar a correr até onde

Encontro Mineiro dos Grupos de Geog Humanista

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No dia 3 de julho de 2020, às 14h, realizamos o primeiro encontro dos grupos mineiros de geografia humanista (NPGEOH/UFMG - GHUAPO/UFVJM - GHENTE/UFJF) para estreitarmos os laços e criarmos, juntinhos, um diálogo forte e potente ! O encontro foi realizado virtualmente por meio da plataforma Google Meet.  O  Grupo GhEnTE – Geografia Humanista–Ensino–Teoria-Experiência é liderado pela   Profa. Dra. Juliana Maddalena Trifilio Dias na Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem como finalidade acolher e discutir questões teóricas e metodológicas sobre Ensino de Geografia a partir do referencial epistemológico da Geografia Humanista. Contato: juliana.maddalena@ufjf.edu.br O   GHuAPo - Grupo de Estudos em Geografia Humanista, Arte e Percepção surgiu em 2014, na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Diamantina, sendo coordenado pela Prof.ª Letícia Pádua, e possui enquanto objetivo discutir, pesquisar e debater temas relacionados à Geografia Cultural, Geografia Humanista,

[FotoGrafiar] Minas da Vale Gerais, por Valéria Amorim

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Criação de Valéria Amorim

Experiências de candomblé e sabores

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No dia 30 de junho de 2020, nosso encontro foi sobre as experiências de candomblé e sabores, relatada por um dos nossos membros, o estudante de geografia Roberto Carneiro. 💚 Roberto compartilhou com a gente um pouco da sua vida religiosa, suas vivências de devoção e da relação íntima que compartilha com a preparação de comidas-oferendas em conjunto, cheia de sabedoria e cumplicidade.  Foi também a primeira vez que ouvimos sobre as reflexões e vivências de Roberto, e agradecemos pelo compartilhamento! Como grupo de estudo e pesquisa, damos espaço e energia para o desenvolvimento de estudos próprios e pertinentes a vivência de cada um. Em coletivo, ouvimos com atenção e criamos novas pontes para a conquista desses caminhos geográficos.  Seguimos nessa ponte!