Chita saudadeira
Hoje peço licença para falar de outras flores – as Chitas!
Surgidas na Índia sem parecer ser de lá - tenho aqui que desde sempre foi coisa do meu
país Minas Gerais (sou meio orgulhosa de ser mineira, apesar dos pesares
históricos e atuais... mas é que é muita beleza em gente, vista, cheiro e
comida...). A Chita e o chitão (flores maiores) são para mim a expressão máxima
das cores brasis. E mais, são a recordação da melhor época do ano – festas juninas/julinas.
Sem cair no estigma de vestir de jeca bem fei (nós é jeca mas é jóia), ela
embeleza as barraquinhas de quitandas e comida, as saias rodadas das bailarinas
da quadrilha, o lenço no pescoço ou no bolso do bailarino que acompanha a moça, na faixa do chapéu de palha, que é um primor dessa vida em questão de chapéu;
ela dá vista ao alavantu e ao anarriê!
Eu vim para falar de chita pela saudade....
do cheiro de quermesse,
da cor quermesse,
do quente quermesse.
Hoje fico com as minhas chitas de casa, comendo canjica e pensando no bom que seria enfeitar tudo de bandeirinha só para honrar e embelezar esse junho que vai triste. Triste pelos não encontros e por aqueles que deixam saudades e vão comemorar o São João de mais longe - ou mais perto dele, a depender da sua crença.
Pois Viva os santos tudo, e todos as chiteiras e chiteiros. O São João mora dentro da gente, na alegria do arrastapé que aguarda o amanhecer de rua embandeirada!
Bordado do Grupo Matizes Dumont |
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