[FotoGrafiar] Geografias de/em Mim por Dhéssica Karen Pires Nunes

 Geografias de/em Mim

por Dhéssica Karen Pires Nunes

Graduanda em Licenciatura em História, UNIFESSPA (Univercidade do Sul e Sudeste do Pará). Disciplina: Geografias, Imagens e Educação. 










Durante o ensino remoto (devido a pandemia), tive a oportunidade de participar da disciplina: "Geografia, Imagens e Educação", onde pudemos observar diferentes tipos de linguagens que podem ser utilizadas como ferramentas do ensino da geografia. 

Uma dessas linguagens foi a fotografia, que despertou diversas inquietações durante e depois da oficina que nos foi oferecida; ao final da disciplina, tivemos que desenvolver um trabalho artístico que envolvesse alguma linguagem que até então havíamos trabalhado.

Diante dessa proposta, resolvi usar a fotografia como saber geográfico para me expressar diante da turma, e para dar um “novo” significado, busquei de forma criativa, me colocar dentro de cada imagem e legenda. 

Partindo do ponto que a Geografia só é possível ser feita, porque damos sentido teórico e metodológico para um determinado lugar, espaço e tempo, assim, utilizando-me das palavras de Doreen Massey (2008, p. 198)

Assim, naturalmente, é possível replicar que o passado é tido como localizado e que “história”, naturalmente, significa incluir a geografia. Está implícito. Obviamente demais para ser mencionado. Mas esta é, justamente, minha questão: deixando o espaço implícito, falha-me em extrair tanto a consequência desse formidável  argumento sobre irreversibilidade  para a forma como pensamos sobre o próprio espaço quanto o aspecto particular, em nossa imaginação do espaço-tempo, que essa espacialidade reconceitualizada pode evidenciar. Pois no contexto (pelo menos até recentemente) de interpretações hegemônicas de memória, as mais prováveis conotações são para o individual internalizado e a noção de história pode muito bem ser singular. Realçar a espacialidade de nossos passados e a geografia de nossas histórias – a dispersão de nossos selves – inclui uma interpretação com mentalidade mais aberta, na qual todas essas coisas são, necessariamente, constituídas por e através de contatos, relações e interconexões com outros.

Logo, digo que somos seres históricos e geográficos, que através de um olhar fenomenológico, somos capazes de observar ações humanas como fazendo parte de si e do lugar que nos encontramos, que não somos imparciais ao que nos rodeia, mas sim, somos seres que são afetados pelo eu e pelo outro; portanto, uma fotografia é capaz de revelar-nos muito do lugar que nos apresenta e desperta em nós coisas que estavam submersas em nosso ser. 

E, com palavras de Valéria Amorim do Carmo, que me trouxe o despertar para a fotografia como objeto de saber geográfico, encerro minha breve apresentação “[...] que a fotografia possa nos  levar na direção da clareira da qual possamos entender a verdade do habitar”.  (CARMO, 2016 p. 135)

Referências

MASSEY, Doreen B. Pelo Espaço: Uma Nova Política da Espacialidade. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil. 2008.

CARMO, Valéria Amorim do. Por Um Habitar Poético – o encontro da Fotografia com a Fotografia de Manoel de Barros. Revista da Abordagem  Gestática – Phenomenological Studies – XXIII(2) : 134-139, jul-dez, 2016


Comentários

Unknown disse…
Sinto me agradecida por saber ler esta apresentação esplêndida! Obrigada por essa experiência!
Unknown disse…
Sinto me agradecida em ler para poder prestigiar essa apresentação maravilhosa!

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