Sobre desabafos

Ontem publicamos um texto, verdadeiro desabafo, que demonstra mais do que aponta nossos próprios limites.

Fruto de uma longa conversa que vem sendo tecida no virtual, amarra nossas dúvidas, indisposições e sofrimentos quanto nossa atuação cotidiana.

O texto é, ou deveria ser, o início de uma nova coluna do blog ("Em diálogos"). As reações ao texto foram fortíssimas. Acompanhamos a distância as visualizações crescerem mais do que nossos outros textos, alguns tão autocríticos e sofridos quanto. 

Fotografia de Alice Bessa (05/01/2017)

Nos tempo em que estamos, tentando sobreviver, nossa incapacidade de agir em prol de alguma transformação social é o mote das nossas conversas de todo dia, não mais nos corredores e jardins, mas nos grupos de Whatsapp.

Acolhemos, enquanto grupo, medos quanto a insuficiente das forças na luta diária e cotidiana dos povos dessas terras que se veem afogados por barragens, distorcendo a própria substância água que deveria ser pra vida, ou sedentos por justiça após perderem casa, lar e comunidade pros rejeitos de uma mineração internacional extremamente lucrativa pra alguns, poucos, e ainda quanto as consequências desse isolamento e pandemia na vida já disputada dos nossos alunos e alunas. Temores ainda quanto a continuidade dos estudos de alunos pois sabemos o quanto o encontro na escola e o apoio dos seus amigos e amigas foi fundamental.

É fundamental. 

Por isso, a amargura da nossa incapacidade transparece quando dizemos que precisamos ir além. Mas sem nenhuma pista de como ir.

Seguiremos nesse blog os nossos desfrutares poéticos.

E sentimos muitíssimo que nossa incapacidade em ajeitar as palavras na exposição dos nossos limites tenha trazido tanta dor.

Um abraço apertado na esperança de novos encontros! 

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