e por falar em amor... onde anda a geografia?

Dos corações, dos passeios ordinários pelas ruas movimentadas da cidade, dos dias ensolarados em casa, na varanda, ou no quintal... nossa geografia não só brota, mas forma-se como semente das explosões sentimentais, de nossos corpos, da Terra... falamos de algo maior que teorias e métodos, falamos de um substância existencial...
E por fala da geografia, onde ela anda?
É através de expressões poéticas, estéticas, imageadas, que nossas colegas nos contam suas geo-grafias. A última edição da Revista de Abordagem Gelstática foi presenteada com dois belos textos de Valéria Amorim e Virgínia Palhares, membros do NPGEOH.
Aprecie abaixo um aperitivo, e se divirta com esses relatos, escritos e construções:
Valéria do Carmo Amorim
A escrita aqui apresentada tem como propósito apresentar o relato de uma experiência feita na companhia de autores e suas obras durante o ano de 2015 com o intuito de trazer um pouco de luz à inquietação que trago comigo e que pretendo que seja minha guia: pensar a fotografia como possibilidade reveladora das relações diversas do homem com a terra, ou seja, sua geograficidade. Esta foi a proposta apresentada no V Seminário Nacional do Grupo de Pesquisa Geografia Humanista Cultural - SEGHUM. Foi um ano de leituras e reflexões e porque não dizer de angústias, que me fizeram pensar, principalmente após a leitura do texto Poeticamente o homem habita de Heidegger, se a questão originária não estaria na linguagem poética antes de partir para pensar a fotografia uma vez que penso a fotografia como linguagem, como arte, como possibilidade poética. Neste caminhar, além da fotografia me deparei também com as palavras do poeta Manoel de Barros que, juntas fotografia e poesia, me ajudam nesta aproximação com o desvelar de um habitar poético. Assim, este texto apresenta um pouco desta caminhada.
Virgínia de Lima Palhares

O pensamento antropológico de Edith Stein está ancorado na fenomenologia de Husserl. Ele está voltado basicamente para conhecer e explicar a pessoa humana em profundidade. A filósofa aborda os conceitos de comunidade e empatia para compreender o ser pessoa. Em sua fase religiosa, Stein se inspira em Teresa D'Ávila e São João Batista da Cruz para clarificar a experiência mística e seus símbolos. Pretende-se, neste texto, compreender como Edith Stein explora o simbólico e o mítico em seus escritos espirituais. Serão investigados, ainda, os símbolos apresentados por Edith Stein que podem se relacionar com a geograficidade, termo criado por Eric Dardel, para explicar a profunda relação existente entre o homem e a Terra. Torna-se um desafio aproximar as ideias de Edith Stein em sua fase religiosa ao pensamento de Eric Dardel sobra a própria possibilidade de ser no mundo através das profundas vinculações existenciais entre o homem e a terra.

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