De geografias outras

Nos permitam tensionar os sentimentos, e ao correr contra um tempo ainda indefinido, falar desejos-falantes de tantos outros que já cortam estradas pra longe. 

Poucos dias são muitos para excitar a carne, inflamar a alma, dissipar olhares e aproximar corpos e pensamentos, desejos e palavras, que em rodas, mesas, visadas, compõem uma estranha geografia, que quer se estranhar ainda mais, no encontro, no contato e nas mãos dadas. 
IX SEGHUM. 
Já se foram nove, e quantos outros terão, estaremos juntas. Estaremos lado a lado, pois reconhecemos que se não se faz geografia sem o permitir andar em bandos. Juntas sentamos para ouvir, falar e andar, pois o desejo é andarilho, volteia os espaços, funda lugares, inaugura reinos nas ruas marcados pela embriaguez mineira. 
De Belo Horizonte à São Bartolomeu, mas talvez de espaços outros, vagueantes corpos em transe. Entre serras e montanhas, nos vales do quadrilátero, a beira rio, ou melhor, nas praias de água doce. Somos mais pois fomos juntas, ainda que em atritos e repletos de faíscas de puro tesão mundano. 
Muitas vozes se levantaram para exaltar e celebrar a geografia feita e vivida por Oswaldo, amigo, mestre, companheiro de caminhadas, desejante de viagens e de ermar. Outras tantas agitaram os questionamentos sobre as estradas que devemos percorrer para construir e desvendar novos caminhos, visar horizontes, reinventar e reencantar as fazeções da ciência, humanista e encarnada. Desses encantos que ficam do lado de cá, e que percorrem lugares de vida e de resistência, lugares de festejos, festejar o corpo que não permite aprisionamentos e a geografia que deseja a liberdade. Sem muitas palavras, apenas desvios.
Nosso encontro é um sentimento emergido mas nunca adensado, pois quer se fazer rio, cortante, atravessador, vadio. 
Obrigada a todas que fizeram parte de mais um instante da vida dessa geografia humanista.


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